Apresentada como uma versão “reciclada”, carregada de renovação e dramas contemporâneos, a nova temporada de Rebelde — lançada pela Netflix 14 anos depois do fim da série que se tornou fenômeno mundial, Rebelde Geração Z funciona como um reboot e um remake ao mesmo tempo — a produção de um dos maiores serviços de streaming do mundo também investe em citações diretas aos personagens clássicos como já citamos em nosso review. Na América Latina, o sucesso da nova temporada é representado pela escolha do elenco, com atores de vários países latinos, incluindo o Brasil, muitíssimo bem representado por Giovanna Grigio. Por esse motivo o Lesbocine conseguiu uma entrevista exclusiva com a atriz contando sobre sua ligação com Rebelde, sua carreira e realizações pessoais.
Rebelde foi uma novela icônica que transcendeu gerações, como é fazer parte de algo tão grandioso? O que você acha que essa nova versão representa para a geração atual?
R: Para mim é uma honra. O universo de Rebelde é muito forte e marcante para toda uma geração. Trazer novos personagens, novas histórias não só é legal pra quem já curte, mas também fala com um novo público, e eu acho que os conflitos estão bem alinhados com a juventude atual.
Sabemos que alguns ex-RBDs (antigos membros do grupo e personagens da novela) falaram sobre a série reboot da Netflix, como foi essa recepção para vocês? E como foi gravar com Estefanía Villarreal, nossa amada Celina Ferrer?
R: Ah, foi muito legal né? Eu fiquei bem emocionada com o carinho e mensagens de boa sorte vindas deles, me senti muito feliz. E gravar com a Estefanía foi demais, ela é muito legal e a gente se deu super bem, eu a admiro muito, como artista e também como pessoa.
Perguntada sobre a repercussão no Brasil e todo o envolvimento dos brasileiros com a nova temporada de Rebelde, Giovanna continuou:
Como seus amigos de elenco estão reagindo com a recepção de Rebelde aqui no Brasil?
R: Estão amando! Eu falei pra eles que ia ser uma loucura por aqui. hahahaha Eles estão surpresos, e eu também, tá sendo muito lindo.
Como surgiu a ideia da versão em português de “Sálvame”?
R: Sobre a música, eu já tinha comentado com a produção que as versões em português já existiam e eles estavam desde o começo namorando a possibilidade de eu cantar algo em português. Quando eles chegaram com a ideia do Salva-me eu só pude dizer “Perfeito”. Foi lindo demais ir ao estúdio com meus amigos, acompanhar as gravações….
Sabemos que o icônico bolo “gays e maconheiros, maconheiros e gays” surgiu de um tweet de uma fã brasileira. Como foi isso? Você mandou no grupo do zap e virou uma brincadeira entre vocês?
R: hahahahaha não fui eu! Foi a Selene! Ela que encontrou esse tweet e mandou no nosso grupo! hahaha E aí o Alê fez o bolo!
Antes da série ser lançada, você falou em entrevista que se pressionava muito em ser a brasileira da série, sabendo o quanto o público gosta de RBD e o “peso” de ser uma representação para os brasileiros se identificarem e se sentirem parte daquilo. Depois de ver a recepção que Rebelde teve, você se sente de maneira diferente?
R: Eu fiquei muito contente de ver que grande parte do público estava satisfeito com minha personagem. Eu me dediquei muito, fiz com muito amor, e estava aberta as reações diversas. Mas fui surpreendida positivamente. É muito bom ver as pessoas felizes com meu trabalho.
Você já confirmou que o cabelo da Emília foi inspirado na Thalia. Além dessa, houveram outras referências latinas que foram importantes para a construção da personagem? Quais?
R: Eu me inspirei em algumas cantoras e artistas brasileiras, na verdade, mulheres brasileiras inspiradoras, como a Rita Lee, Duda Beat, Elis Regina… Várias. Isso era meio pessoal, porque entrando em contato com elas nascia algo em mim mesma que eu tentava levar para Emília, o amor pela música e pela nossa casa. Além de artistas internacionais, claro, que eu imagino que são referência pra ela.
Um dos pontos mais interessantes da série é justamente fruto da investida em novos arranjos familiares e afetivos. Prova disso é o desenvolvimento de Emília e Andi enquanto casal, e era óbvio que a gente não deixaria de perguntar sobre o casal do momento.
Sabemos que a série tem uma ‘pegada’ mais atual e com isso, vemos a inclusão de personagens LGBTQIA +. O que significa para você representar novamente a comunidade e qual a importância da Emília em uma produção tão aclamada?
R:Eu acho que toda história de amor tem o direito de ser contada. A representatividade lgbtqia+ ajuda jovens a se entenderem, se questionarem, a serem mais compreensíveis consigo mesmos, ajuda a abrir diálogos familiares. O que mais me deixa feliz em mais uma vez estar nesse lugar é saber que eu estou participando de uma mudança, sendo uma influência positiva para as pessoas. É uma história de amor, tão especial como qualquer outra, e ela merece ser contada com carinho e dignidade. Estou feliz que Rebelde, que é um nome tão grande, também faça parte disso.
Rebelde fala sobre sexualidade de maneira natural, não sendo isso a característica mais importante sobre os personagens. O que você acha dessa abordagem orgânica para falar sobre assuntos tão importantes?
R:Eu acho que o personagem é muito mais do que sua orientação sexual. Acho complicado limitar a vivência de pessoas lgbtqia+ a isso.
Você e a Selene já sabiam desde o início que iam fazer par romântico?
R: Sim, desde o princípio.
Vimos que a Selene disse em entrevista que vocês duas choraram na cena final de Endi. O que você sentiu que te emocionou tanto?
R: Na verdade, ela se referiu a última cena que a gente gravou, que em realidade foi a cena do primeiro beijo de Emdi. É uma cena muito linda e delicada e eu criei uma relação muito forte com a Selene, viramos grandes amigas. Eu acabei me emocionando porque eu estava em um momento delicado, me sentindo muito insegura, e ouvir as palavras da Andi… parecia que era pra mim, e eu me senti muito grata por ter a sorte de ter uma parceira tão legal como a Sel, e por termos criado uma história tão bonita! Aí me emocionei! ahahahahaha e ela é canceriana e foi comigo hahahaha
O que você está sentindo com a repercussão positiva em relação ao casal Endi? Você e Selene falaram sobre isso?
R: Falamos sim e estamos muito felizes. Nós duas gostamos muito dessa história e ver que as pessoas também curtem é bem bonito. A gente sempre manda os memes uma pra outra, é um carinho surreal do público. Sou muito grata.
Para finalizar perguntamos sobre as expectativas de Giovanna e todo impacto de Rebelde na sua carreira:
No último episódio, vimos a Emília abrir mão da “Batalha das Bandas” para não ir contra seus princípios. Como você acha que isso vai influenciar no desenvolvimento da personagem na próxima temporada?
R: A Emília tomou uma grande decisão, na minha opinião, que pede muita maturidade. Estou ansiosa para saber como ela vai lidar com as consequências das suas escolhas.
Você acabou de ultrapassar a marca de 6.7 milhões de seguidores no instagram. Como está sendo esse crescimento com apenas 1 semana depois de Rebelde estrear?
R: Surreal. É muita coisa pra tão pouco tempo, e isso é só um sintoma do sucesso da série, na verdade. O mais importante pra mim é saber que a arte toca o coração das pessoas, essa é a parte mais legal.
Como foi receber o RG falso personalizado da Emília? Você carrega ele na carteira?
R: hahahahaha foi IRADO. Tá na minha carteira sim! hahaha Considero documento oficial.