Feito de forma online e completamente independente, o longa documental relata vivências de mulheres em diferentes campos do cinema no Brasil.
Por Vitória Claudino
“Diretoras” é um documentário inspirador que conta as trajetórias de três realizadoras do audiovisual brasileiro. Desde seus primeiros interesses, até as influências que moldaram suas visões criativas, a produção independente destaca as barreiras superadas, as dificuldades enfrentadas e as curiosidades dos bastidores que acontecem por trás das câmeras das jovens.
O filme conta com a direção de Gabriela Barth e acompanha a trajetória de três jovens mulheres: Roberta Torido, Laís Cipriano e Morgana Naughty, uma diretora de arte, uma assistente de direção/editora e uma produtora. Com depoimentos e cenas dos bastidores, entendemos de onde surgiu o primeiro interesse pelo audiovisual e quais influências moldaram suas visões criativas, além de destacar as barreiras superadas, as dificuldades enfrentadas e as curiosidades que permeiam o mundo audiovisual.
A importância da representatividade se destaca, ao enxergarmos o quão libertador o meio audiovisual é. Inspirando meninas e jovens, “Diretoras” tem uma visão única das jornadas de cada profissional, que cativa e vira referência para outras que sonham em ingressar nesse meio.
A presença das mulheres no audiovisual brasileira se torna uma celebração e, apesar dos obstáculos enfrentados, o que prevalece é a paixão e determinação de cada uma das profissionais, transformando os desafios em oportunidades. Sendo também uma grande fonte de inspiração para todas que buscam seguir no audiovisual.
Em entrevista ao Lesbocine, a diretora Gabriela Barth falou sobre a experiência de fazer o filme.
Lesbocine: O filme foi feito 100% utilizando a internet, sem o auxílio de câmeras, de onde surgiu essa ideia e como foi o processo artístico?
Gabriela Barth: Originalmente, a intenção não era produzir o filme remotamente. Eu planejava viajar para os estados das participantes, realizar entrevistas e gravar imagens de apoio delas trabalhando em sets. Pra fazer isso acontecer, lancei uma campanha de financiamento coletivo pra cobrir as despesas de deslocamento e logística. Porém, fazer cinema é muito caro, especialmente no Brasil, e mesmo com a contribuição de muitas pessoas pro financiamento coletivo, a meta não foi atingida 100%. Tentei encontrar uma forma de contar a história dessas profissionais e acredito que a mensagem foi passada.
L: Qual foi o maior desafio ao fazer o documentário “Diretoras”?
GB: O principal desafio no início era organizar as ideias e estabelecer uma linha narrativa. O tema “mulheres no cinema/audiovisual” é enorme e pode ser abordado de diversas maneiras. Eu buscava simultaneamente celebrar o papel dessas profissionais e mostrar a desigualdade que ainda ocorre em sets de gravações. Encontrar esse equilíbrio foi uma tarefa bem difícil na direção. Na fase de pós-produção, durante a edição e montagem, me deparei com um total de 4 horas de material bruto, sendo necessário transformá-lo em um curta-metragem de, no máximo, 25 minutos, o que também foi um desafio na criação do documentário.
L: Qual conselho você daria às mulheres que querem trabalhar no audiovisual?
GB: O audiovisual é extremamente amplo, com diversas funções e áreas de atuação. Pra descobrir o seu nicho, é interessante antes experimentar de tudo um pouco, além de ter experiências. Meu conselho pra quem tá começando é não se limitar a uma função específica, e não ter medo de criar e colocar no mundo sua criatividade.
A diretora
Nascida no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Gabriela Barth tem 24 anos e é filmmaker, diretora e editora de vídeo.
Atualmente, é co-fundadora da produtora de vídeo Amart Filmes, juntamente com sua sócia e também namorada, Amanda Borges. Além disso, atua como editora de vídeo para criadores de conteúdo e YouTubers, incluindo nomes como Anna Bagunceira, Louie Ponto, Lorena Eltz, entre outros.
Serviço:
Documentário “Diretoras”
Onde assistir: Diretoras | Documentário
Arte em destaque: Mil Gomes