Diversidade familiar: A Fertilização in vitro como alternativa para casais homoafetivos formarem famílias

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O amor, o compromisso e a vontade de criar um ambiente de amor e cuidado são características presentes em todos os tipos de relacionamentos. No entanto, para os casais homoafetivos, a construção familiar pode apresentar desafios adicionais, especialmente no que diz respeito à concepção biológica de crianças.

Natami Santiago a espera de sua filha, Hope.
Natami Santiago a espera de sua filha, Hope.

Muitos casais homoafetivos desejam ter filhos biológicos, e é nesse contexto que a fertilização in vitro se torna uma opção. Através desse procedimento, casais de mesmo sexo podem ter a oportunidade de realizar o sonho de serem pais biológicos, como é o caso das influenciadoras digitais Iza Mariana e Natami Santiago. “Nos queríamos isso desde sempre, desde que nos conhecemos. Esse inclusive foi um ponto crucial que deu MATCH entre nós. Constituir nossa própria família, sempre foi nossa maior ambição… É nossa maior prioridade”, compartilhou o casal que está agora se preparando para a chegada da sua primeira filha, Hope.

A inseminação artificial também é uma alternativa para gerar filhos biológicos, porém o casal de influenciadoras optou pela fertilização in vitro após a indicação do médico Vinícius Bassega, que ao ver os exames de Natami concluiu que essa seria a melhor opção para o casal, tendo em vista que, também era um desejo de ambas colocar um único embrião.

A fertilização in vitro (FIV) é um procedimento avançado de reprodução assistida que oferece uma opção para casais homoafetivos que desejam ter filhos biológicos. A FIV envolve a coleta de óvulos de uma mulher e a fertilização em laboratório com o esperma doado, para formar embriões. Em seguida, esses embriões são transferidos para o útero da mulher que será a gestante, com o intuito de alcançar uma gravidez bem-sucedida.

No caso das mulheres sáficas, a FIV permite que ambas as parceiras estejam envolvidas no processo de concepção e gestação. Uma das mulheres pode fornecer os óvulos, enquanto a outra pode optar por ser a gestante, ou até mesmo, em alguns casos, ambas podem contribuir com óvulos para aumentar as chances de sucesso. Essa flexibilidade torna a FIV uma opção atrativa para casais de mulheres que desejam estabelecer uma conexão biológica com seus filhos.

Iza e Natami com o Dr. Vinicius Bassega
Iza e Natami com o Dr. Vinicius Bassega

É importante mencionar que o sucesso da FIV pode variar de acordo com diversos fatores, incluindo a idade da mulher, a qualidade dos óvulos, a saúde do útero e outros aspectos médicos individuais. Estudos indicam que as taxas de sucesso da FIV diminuem à medida que a mulher envelhece, enfatizando a importância de buscar assistência médica especializada o mais cedo possível.

Além disso, a escolha de uma clínica de fertilidade e equipe médica qualificada é fundamental para o êxito da FIV. Inclusive, esse foi um ponto muito importante para Iza e Natami na hora de escolher quem seria o responsável por ajudá-las a formar sua família. “A escolha do médico, sempre foi algo muito importante pra nós. Já que ele faria parte de todo o processo, então teria que ser alguém muito especial mesmo. E encontramos tudo que buscávamos no Dr. Vinícius Bassega. Além de tudo isso, acho que escolhermos prestigiar um médico que também é da nossa comunidade, é contribuir para o empoderamento da nossa história”, compartilhou o casal.

A fertilização in vitro (FIV) é uma opção avançada e eficaz para casais de mulheres que desejam ter filhos biológicos. Através desse procedimento, elas têm a oportunidade de participar ativamente do processo de concepção e gestação. Observamos, que o aumento da inseminação artificial e da fertilização in vitro reflete a evolução da sociedade em relação à diversidade familiar e a disponibilidade de opções de reprodução assistida. Com o suporte de profissionais especializados e as taxas de sucesso crescentes, essas alternativas da ciência têm permitido a realização do sonho de formar uma família para pessoas que durante muito tempo foram proibidas de expressar amor e afeto.

Dr. Vinicius Bassega responde dúvidas sobre a fertilização in vitro e inseminação artificial.

Dr. Vinicius Bassega | CRM 160.398
Dr. Vinicius Bassega | CRM 160.398

1- Nós sabemos que ainda não existe a possibilidade de ter as características das duas mães, porém, existem pesquisas com intuito de possibilitar a junção do DNAs, qual probabilidade desse estudo ser concretizado?

Primeiramente, vejo a maternidade como algo que vai muito além do que apenas genética. Existem realmente estudos avaliando essas possibilidades de embriões gerados com o DNA de mais de uma pessoa, como por exemplo o mais recente caso relatado em Maio/23 no Reino Unido de um tratamento de doação mitocondrial. É válido ressaltar que, ainda assim, nesse caso aproximadamente 99,8% do material genético veio da mãe e do pai, e menos de 1% da doadora. Acredito que muitos estudos ainda podem ser desenvolvidos nesta área, e que deve ser avaliado tanto a segurança quanto os seus efeitos a longo prazo. Portanto, ainda é difícil ter uma resposta sobre esta probabilidade, mas a curto prazo as chances disso acontecer acredito que são remotas.

2- Como é feito o processo da escolha de doador?

Os bancos possuem filtros para seleção destes doadores de acordo com as características que este casal deseja. Sempre digo que esta parte é realmente decidida pelo casal e de acordo com o que desejam. Claro que quando envolve questões médicas, como por exemplo nos casos de avaliação de painéis genéticos de doadores, eu sempre avalio junto com este casal.

3- Quanto tempo em média as mulheres conseguem engravidar após o início do tratamento?

O processo de estimulação ovariana até a coleta dos óvulos, dura em média 13-14 dias. Quando a transferência de embrião é realizada no mesmo ciclo da coleta de óvulos (que chamamos de transferência a fresco), o procedimento é realizado 5 dias após a coleta dos óvulos. Quando é indicado o congelamento de embriões e posteriormente vamos realizar a transferência embrionária, realizamos o procedimento no ciclo subsequente, ou seja, aguardamos pelo menos o próximo ciclo menstrual desta paciente para iniciarmos o preparo para a transferência. Só conseguimos saber o melhor caminho, individualizando cada caso e também com auxílio de alguns exames que irão nos mostrar a melhor forma de seguir este tratamento.

4- Qual a diferença entre a inseminação artificial e fertilização in vitro? Qual delas implica em mais riscos ao corpo? E qual o impacto da escolha no valor do procedimento?

A inseminação artificial é um procedimento de baixa complexidade, e neste tratamento vamos facilitar o encontro do óvulo com o espermatozóide. Perto do período da ovulação, o sêmen de doador processado em laboratório será colocado dentro da cavidade uterina, ou seja, do útero da paciente que está realizando o tratamento (e a fecundação irá ocorrer dentro do organismo desta paciente). Já a fertilização in vitro, é um tratamento de alta complexidade, em que após a coleta dos óvulos, o espermatozóide será colocado dentro do óvulo – e a fecundação e desenvolvimento embrionário irá ocorrer dentro do laboratório de reprodução assistida. Devemos lembrar que neste procedimento, é possível que ambas participem, ou seja, uma realiza a FIV e a outra irá engravidar com os óvulos da sua parceira. Na inseminação intrauterina, a mesma pessoa que está fazendo o tratamento é a mesma que irá gestar.
Os custos dependem das medicações utilizadas e também da técnica indicada em cada caso. Quanto aos riscos, estes não são maiores para uma paciente que irá realizar uma FIV ao invés da inseminação intra-uterina. O mais importante para minimizar os riscos é ter um acompanhamento médico, independente do tratamento que foi proposto.

5 – Quais os fatores genéticos, biológicos e psicológicos afetam na hora do procedimento?

Muitos fatores podem influenciar no tratamento, como por exemplo alterações genéticas do casal, histórico de doenças genéticas na família, comorbidades pré-existentes, estilo e hábitos de vida. Tudo deve ser avaliado antes de iniciar o processo e discutido com esse casal. O fator psicológico com certeza é um fator que também deve ser avaliado e pode ser necessário um acompanhamento profissional, já que isso pode ajudar a lidar principalmente com as expectativas e etapas do processo de fertilização in vitro.

6 – A inseminação para casais de mulheres é a realização de um sonho e o início de uma família, no entanto, existe a possibilidade do procedimento não ser bem-sucedido, qual a orientação você dá após isso?

Sabemos que nenhum tratamento na medicina garante 100% de sucesso. Quando falamos em tratamentos de reprodução assistida, sabemos que estes tratamentos quando bem indicados podem aumentar as chances de gestação. Como todo tratamento, este também deve ser realizado de uma forma individualizada. Temos que avaliar os fatores que podem influenciar no tratamento deste casal, traçar a melhor estratégia e sempre orientar sobre as etapas, isso deixa o casal mais confiante e também ciente das chances daquele tratamento dar certo. Quando infelizmente não obtemos este sucesso na primeira tentativa, o acolhimento e investigação das possíveis causas desse insucesso, serão as principais coisas realizadas neste momento. E a seguir, as orientações serão dadas de acordo com a avaliação do histórico médico deste casal.

1 thought on “Diversidade familiar: A Fertilização in vitro como alternativa para casais homoafetivos formarem famílias

  1. Muito obrigada pela matéria,é importante que todos tenhamos a oportunidade de escolher se queremos ou não passar por esta etapa da vida

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