Crítica | Bottoms: um filme que coloca o protagonismo na mão de duas adolescentes em busca do amor

A comédia faz com que o espectador fique preso em uma vibe Sessão da Tarde e se divirta com as reviravoltas que as amigas PJ e Josie trazem para o cenário do colégio

Por Vitória Vasconcelos

Lésbicas que criam um grupo de defesa pessoal para se aproximar das meninas que gostam e revolucionar a ordem social dentro da escola. Essa é a premissa da comédia Bottoms, dirigida por Emma Selingman e que chegou hoje ao catálogo brasileiro do Prime Video.

O longa, que foi traduzido para Clube da Luta para Meninas, tem em seu elenco nomes como Rachel Sennott (PJ), Ayo Edebiri (Josie), Havana Rose Liu (Isabel), Ruby Cruz (Hazel), Nicholas Galitzine (Jeff), Kaia Gerber (Brittany), dentre outros.

A multitude e a diferença entre as frequentadoras do clube da luta faz com que você seja cativado de maneira diferente por cada personagem que é apresentada / Foto: Reprodução / Bottoms

O filme gira em torno de PJ e Josie duas amigas “outsiders” que sofrem bullying e não conseguem atrair a atenção de Brittany e Isabel, suas crushs, que também são populares líderes de torcida. A premissa tem tudo para atrair o público que está cansado mais do mesmo em relação a comédias adolescentes e personagens LGBTQIA+ que só servem de alívio cômico ou considerados os sidekicks dos protagonistas.

Josie e PJ decidem que é hora das mulheres aprenderem a se defender sozinhas / Foto: Reprodução / Bottoms

As personagens principais possuem personalidades bem opostas, assim como seus pensamentos e o modo que desejam resolver os problemas. Isso faz com que quem está assistindo acabe tendo dois pontos de vista para perceber com quem melhor se identifica, o que para mim foi um trunfo no longa. Além disso, ele traz a sensação de um bom filme de Sessão da Tarde que você pode usar para curtir a sua tarde.

O filme, porém, se apoia em muitas piadas seguidas, que faz com que o espectador mal tenha tempo de raciocinar uma, já tenha que acompanhar o próximo trocadinho. Em alguns momentos, inclusive, estas piadas acabam tendo um toque ácido demais, o que pode não agradar algumas pessoas. A personagem PJ não é muito cativante em alguns momentos, o que fez, para mim, desejar ter uma conversa bem longa com ela ou ser rival da jovem em um dos seus treinamentos no clube da luta.

Isabel e Josie foram as estrelas do filme e o desenvolver da relação das duas é o ponto alto cativante do longa-metragem / Foto: Reprodução / Bottoms

Mas, em contrapartida, assistir o desenvolver do relacionamento romântico entre Isabel e Josie foi como testemunhar aquele primeiro amor quando a gente se descobre, eu, como mulher Queer, me identifiquei muito com os trejeitos do casal e com os receios e bons momentos que as duas viveram. Além disso, assistir tantas meninas diferentes criando um laço entre si em prol de um motivo em comum e formando um laço de amizade foi lindo.

Dito isso, o filme conseguiu cativar e fazer com que eu esperasse cada minuto para saber o que aconteceria no próximo. E o seu final realmente vai fazer com que o espectador fique parado e raciocinando como uma comédia adolescente pode ter tantas reviravoltas.

Serviço:

Ficha técnica do filme Clube da Luta para Meninas

Título original: Bottoms

Gênero: Comédia adolescente

Ano: 2023

Duração: 91 minutos

Direção: Emma Seligman

Elenco:

Rachel Sennott

Ayo Edebiri

Havana Rose Liu

Ruby Cruz