Recebendo apoio do governo tailandês, The Loyal Pin é um convite para conhecer a cultura tradicional do país asiático na década de 1950
Por Danielly Oliveira
A série “The Loyal Pin” estreou no dia 4 de agosto e já ultrapassa os 60 milhões de visualizações no YouTube. Trata-se de uma adaptação da novel de Mon Maw, dividida em dois volumes.
A história envolvente retrata um amor puro e genuíno que atravessa fronteiras entre a Ásia e a Europa. Mais do que isso, a série revisita a história de um país asiático, celebrando sua cultura tradicional enquanto explora a possibilidade do amor entre mulheres naquele período.
Becky Armstrong e Freen Sarocha, atrizes que protagonizaram o GL “Gap: The Series,” retornam novamente como casal principal, esbanjando química nas telas e surpreendendo o público com cenas que vão de carícias a momentos mais íntimos. “The Loyal Pin” dissemina a cultura tradicional, mas também a desconstrói.
Um amor além do tempo
A produção se passa em um cenário de realeza na década de 1950. A protagonista Anilapath (Becky Armstrong), uma princesa nada convencional, vive um romance com sua amiga de infância, Pilanthita (Freen Sarocha). Ao longo da série, o processo de autodescoberta de ambas revela as diferenças culturais entre o Ocidente e o Oriente.
No contexto de um amor duradouro e inabalável, o vínculo entre as duas sempre esteve ligado a sentimentos bastante profundos. Contudo, a princesa só percebeu que havia algo além da amizade quando estudou no exterior e teve contato com outras culturas. Khun Pin, por outro lado, permaneceu na Tailândia, o que resultou em um choque cultural quando Anil retornou ao país.
Com cenas apimentadas, The Loyal Pin apresenta novas possibilidades para as telas da Tailândia e do mundo. Fugindo de beijos técnicos, as atrizes expõem de forma sutil o desejo entre mulheres que se amam. As cenas carregam sensualidade implícita, sem cair no fetiche ou na sexualização. Assim, a série quebra paradigmas tanto de 1950 quanto de 2024.
O cenário e o espaço são apresentados por meio de costumes tradicionais que retratam a cultura local. Roupas, comidas típicas, linguagem, comportamentos e crenças são celebrados ao longo dos episódios.
A série se mostra como uma maneira perspicaz de promover a cultura do Sudeste Asiático – especialmente a tailandesa –, ganhando espaço e apreciação global. Não por acaso, a série recebe apoio do governo tailandês como reconhecimento por difundir e valorizar os aspectos culturais do país.
Por que “The Loyal Pin” é diferente?
Produções que retratam romances entre mulheres em épocas passadas não são novidade. Existem vários filmes e séries situados em diferentes períodos históricos, como Dickinson (Emily Dickinson e Sue), Elisa y Marcela, A Jovem Rainha (Kristina e Condessa Ebba), Ammonite (Mary Anning e Charlotte), The World to Come (Tallie e Abigail), e A Maldição da Mansão Bly (Dani e Jamie).
No entanto, poucas dessas produções fogem de finais trágicos. A maioria culmina em desfechos como casamentos forçados com homens ou, em muitos casos, com a morte de uma das personagens.
“The Loyal Pin”, por outro lado, desconstrói a ideia de que histórias sáficas devem terminar sem resolver o conflito central.
Embora possa parecer um conto de fadas com princesas e com toda a realeza, The Loyal Pin aborda temas delicados, como autodescoberta, autoaceitação, medo da rejeição, preconceito e, principalmente, imposição social e familiar. Esses conflitos fazem parte da trama, mas não são o foco principal. O destaque está no amor genuíno entre Anil e Pin, que transcende barreiras físicas, históricas e sociais, resultando em uma narrativa leve e divertida.
Como e Quando Assistir “The Loyal Pin”?
No Brasil, a série é disponibilizada aos domingos a partir do meio-dia no YouTube, pelo canal Workpoint, e a partir das 13h no canal da produtora IdolFactory.
Foto em destaque: Reprodução: Idol Factory