Dirigido por Hafsia Herzi e com Nadia Melliti estrelando como protagonista, o longa-metragem foi o vencedor do Queer Palm e da categoria Melhor Atriz da Palma de Ouro
Por Lesbocine
Com o fim de mais uma edição de sucesso, O Festival de Cannes coroou os grandes nomes do audiovisual deste ano. Em seu 78º ano, a premiação, que tem o circuito principal e paralelos oficiais, busca sempre unir a Sétima Arte e a diversidade da sociedade e em 2025 não foi diferente.
Dentre as estrelas da noite na grande tela, o filme “La Petite Dernière”, da diretora francesa Hafsia Herzi, conta a história de uma jovem muçulmana e a descoberta de sua sexualidade. Vivendo em Paris com sua família de origem argelina, Fatima (interpretada por Nadia Melliti), uma jovem muçulmana praticante de 17 anos, começa a entender e descobrir sua atração por mulheres.
Durante o desenrolar do enredo, acompanhamos Fatima em seu autodescobrimento e o confronto que seu eu terá com a religião e a criação na família tradicional da jovem. O longa, que estava concorrendo à Palma de Ouro, recebeu dois prêmios em Cannes.

Adaptado da obra autobiográfica de mesmo nome de Fatima Daas, o longa-metragem foi o grande vencedor do Queer Palm de 2025, o maior prêmio do circuito voltado para a melhor produção LGBTQIAPN+ do festival, e a atriz Nadia Melliti foi vencedora da Palma de Ouro na categoria de Melhor Atriz.
Em entrevista à Agence France-Presse (AFP), Hafsia falou sobre o desejo de mostrar no filme que não existem fronteiras na amizade e no amor. “Acho bonito e comovente que pessoas de diferentes classes sociais possam ser amigas, sair juntas e se amar. Assim é a vida”, contou a diretora.
E Nadia, que antes de “La Petite Dernière” nunca havia sido escalada para fazer uma protagonista, revelou imediatamente se encontrou interessada pela história de Fatima. “Identifiquei-me muito com ela (…) por seu ambiente e sua origem social”, compartilhou à AFP.
As premiações de “La Petite Dernière” servem para reforçar a importância de trazer representações tão humanas e diversas de mulheres sáficas dentro do audiovisual. A possibilidade de conhecer a história de Fatima em meio ao brilhantismo na interpretação de Nadia e o cuidado que Hafsia teve enquanto diretora da obra consagram em chave de ouro a escolha do filme.
Foto em destaque: Reprodução: Instagram/@nadiaamelliti