STUPID WIFE: A FANFIC QUE VIROU SÉRIE E ENCANTA FÃS DE TODO O GLOBO NA INTERNET

“Stupid Wife” se tornou um fenômeno com altíssimos níveis de engajamento após a fanfic de Nathália Sodré ter sido transformada em livro, sob o nome de “Lembre-se de Nós”, e posteriormente adaptada para WebSérie, disponível para streaming gratuito no YouTube.

Na adaptação, Priscila Reis vive Luiza, dançarina e professora que um dia acorda completamente sem memória dos últimos anos de sua vida, descobrindo estar casada e ter um filho com a pessoa que mais odiava em seus tempos de juventude – Valentina (Priscila Buiar).

REIS PELOS QUATRO CANTOS DO MUNDO

Priscila é atriz, capricorniana e carioca, mas iniciou sua carreira profissional aos 15 anos como modelo, vocação com a qual chegou a atuar em mais de 30 países e até a morar na China. Como atriz, Reis fez diversas participações para a Rede Globo, como “Cama de Gato”, “Verdades Secretas”, “Espelho da Vida” e “Lei do Amor”, respectivamente dirigidos por Ricardo Waddington, Mauro Mendonça Filho, Pedro Vasconcelos e Natália Grimberg e Denise Saraceni. Ainda na Globo, e contracenou com o querido Paulo Gustavo em um episódio especial de Natal da 220 Volts. Participou também de programas na GNT como sua atuação em Lúcia MCartney, e da série “Perrengue” da MTV. Além dos citados e de seu brilhante protagonismo ao lado de Buiar em “Stupid Wife”, um dos trabalhos mais marcantes na carreira de Reis foi sua recente participação da minissérie documental “Todo Dia a Mesma Noite“, produção da Netflix que aprofunda os acontecimentos da tragédia na Boate Kiss em 2013.

Após a entrevista com sua co-protagonista Priscila Buiar, a equipe Lesbocine também conseguiu uma conversa exclusiva com Priscila Reis. Confira abaixo:

PERGUNTAS FEITAS PARA PRISCILA REIS E PRISCILA BUIAR:

Vocês imaginavam tamanha repercussão da série? Afinal, são mais de 30
milhões de visualizações! Esperavam tamanho reconhecimento?

PR: Olha, escrevo isso com um sorriso no rosto, porque eu realmente não tinha noção da dimensão que a nossa série teria! Todo esse mundo das webseries era (e ainda é) muito novo pra mim, assim como à internet. No nosso primeiro dia de leitura, a Pri Buiar me disse: “Um mundo novo vai se abrir pra você.” E assim tem sido! 30M! Uau! Acho que ainda não tinha parado para me tocar disso! Hahahahaha que potência 🙂

Com o sucesso da WebSérie, vocês imaginavam tantos fãs fora do Brasil?
Vocês sabem dizer quais países a série alcança?

PR: Não imaginava mesmo!!! Tenho aprendido cada vez mais que a internet nos permite comunicar com o mundo inteiro, literalmente, e fico muito, muito feliz de saber que pessoas em lugares tão diferentes, com culturas diferentes, se identificam com nosso trabalho. Recebi muitas mensagens da América Latina, Coreia, Filipinas, Portugal, e sei que chegamos até na Arábia Saudita! Confesso que fiquei muito feliz de podermos atravessar fronteiras tão importantes, apesar das barreiras físicas e linguísticas. Foi nesse momento que minha ficha sobre a dimensão da série começou a cair.

O púbico sáfico é um público caloroso. Qual a coisa mais inusitada que já
receberam dos seus fãs?

PR: Eu me divirto muito com a criatividade do fandom! Já recebi muitos presentes inusitados e divertidos, e o que me deixa muito orgulhosa: quantas artistas!!!!!! Já ganhei quadros lindos, decorações, poesias… Acho que o primeiro que me marcou foi uma estrela no céu! Eu nem sabia que isso era possível! Agora temos uma Priscila Reis na constelação de Capricórnio ❤

Meninas, ambas sempre falaram dos altos e baixos. Qual conselho vocês
dão para essa nova geração?

PR: A vida em si é composta de altos e baixos, ninguém passa por essa trajetória de uma forma linear… Dias bons, dias ruins… Acho muito importante que as pessoas saibam e tenham consciência que TODO mundo passa por problemas, ninguém é feliz ou tem a vida “perfeita” o tempo todo. Ter consciência disso e aprender a lidar com os revés da vida é importante pra gente saber que tudo é passageiro. O momento ruim um dia vai acabar, assim como o bom também. E isso permite que a gente seja mais flexível, principalmente com a nossa auto cobrança. Nossa profissão de atriz tem muito disso… Demoramos anos, depois de muitos, muitos, muitos “nãos “, e hoje estamos aqui vivendo tudo que sonhamos! Eu sei que um dia isso também vai passar e virão outros “nãos” e outros sim… E o meu conselho é estar sempre em uma percepção interna, em busca de autoconhecimento para estar “pronto” (dentro do possível) para lidar com esses extremos. Se conhecer dói, mas faz parte do processo de entender melhor isso que chamamos de vida!

Qual é a parte mais importante em dar vida para personagens sáficas? Principalmente pensando que a história de Stupid Wife nasceu de uma necessidade do público sáfico de se ver representado na mídia, como é ser parte desse movimento?

PR: A parte mais importante é a representatividade da nossa série. Escolhi ser atriz para, através do meu trabalho, dar voz a tantas pessoas e histórias que precisam ser ouvidas. E Stupid Wife veio justamente para isso. Para mim, em especial, tem a relação com a minha irmã. Hoje ela cursa gastronomia, mas durante muito tempo ela quis fazer cinema justamente pra produzir esse tipo de conteúdo que ela sempre sentiu muita falta! Me sinto, de uma certa forma, honrando ela com a oportunidade de dar vida a Luiza.

Qual informação está faltando, ou não pode faltar, na página da Wikipédia de vocês? Como por exemplo, algum hobby específico, alguma história de infância que marcou muito a vida de vocês, uma coisa que ninguém sabe mas que é muito determinante pra quem vocês são!

PR: “Aguentou muito e foi simpática” hahahaha, brincadeira! Pergunta difícil essa, mas eu dou muito valor a trajetória que estou construindo. São muitos anos de perseverança pra correr atrás do meu sonho… Gostaria que colocassem que eu comecei novinha, com peças infantis de uma companhia de teatro que viajava pelo estado do Rio de Janeiro, para me apresentar em escolas municipais. Eu tinha 13 anos e era um projeto muito bacana de levar a arte para as escolas. Ali já tinha minha primeira troca com o público e foi aonde tudo começou 🙂

Como é a relação de vocês com a obra original (o livro Lembre-se de nós)? Vocês buscam se aproximar ao máximo das personagens originais ou se, sob a direção e a própria interpretação, vocês têm na cabeça sua própria visão sobre as personagens?

PR: Eu trabalhei muito a criação da Luiza com a nossa direção, com a experiência delas com a fanfic, e fui retirando as camadas da personagem do roteiro, que são baseadas no livro, e fui fazendo minha criação pessoal. Tenho minha visão e sinto que a cada episódio e cena que gravamos, vou descobrindo ainda mais coisas e detalhes sobre ela. É um constante processo com a minha Lulu.

Existe algum detalhe ou mudança que vocês sentiram necessidade de trazer pra série depois de terem contato com o texto original e interpretarem do seu próprio jeito?

PR: Fizemos algumas mudanças sim, até pela questão da idade delas. Mas tudo sempre muito alinhado com a equipe, até porque somos atrizes, criamos junto, mas não somos co-autoras… Então tento sempre opinar dentro do espaço que tenho.

Como foi pra vocês gravarem a cena do teatro que tinha muitos fãs na
figuração? Qual a sensação de ver ao vivo tantas pessoas que gostam do
seu trabalho?

PR: Como a internet diz: “Fui de arrasta pra cima”! Eu estava MUITO, MUITO, nervosa! Primeiro pelo desafio da dança, e também pela responsabilidade de entregar uma boa cena para os fãs que estavam na plateia! Teve gente que veio de outro país, outra cidade, SÓ para esse dia! Fiquei com muito medo de decepcionar e não entregar um bom trabalho que eles merecem. Mas acho que no fim, deu tudo certo! Poder ver essas pessoas ao vivo é muito importante. Nós que viemos da internet, “conhecemos” as pessoas por directs de Instagram, por comentários no Twitter, por cartas que recebo… E poder ver os fãs ao vivo é dar rosto e corpo para essas pessoas que torcem e acompanham a gente; é poder ter uma troca real para além da tela do telefone.

Algo da bachata, que é uma dança que vocês não conheciam e é algo importante para as personagens: como tá sendo pra vocês fazerem essas cenas com dança? Principalmente para a Reis que agora na 2° temporada vai ter a performance da Luiza dançando no teatro!

PR: Muito desafiador! Ritmo pra mim sempre foi complicado rs, e a Bachata, por ser uma dança de outro país, é diferente de todas as referências que temos aqui no Brasil. Eu, por exemplo, AMO sambar, sei o básico de um forró, temos o funk, então o corpo tem essa memória. Agora aprender uma dança nova de tudo que conhecemos, foi bem difícil. Ainda mais que, por conta da correria, só tivemos no 4 aulas (para as duas temporadas) no total! Então, aprender coreografias inteiras que as pessoas levam meses, foi difícil. Mas apesar do nervosismo, eu decidi abraçar minha vulnerabilidade e jogar isso pra cena.

Em quais atrizes brasileiras vocês mais se inspiram? Existe alguém que foi
fundamental para vocês seguirem a carreira?

PR: São tantas inspirações que fico até perdida pra escolher uma! Mas um nome forte que me vem em mente é Marieta Severo. Ela é uma atriz que transita em todo tipo de personagem, e dona de um dos meus teatros favoritos no Rio de Janeiro: Poeira e poerinha. Ela revitalizou o espaço e apoia o teatro, que é fundamental e necessário. Já da minha geração me inspiro muito na Letícia Colin que, além de ser capricorniana que nem eu hehehehe, é uma atriz potente, inteligente, e assim como a Marieta, navega em vários personagens.

PERGUNTAS PARA PRISCILA REIS

Em uma entrevista você disse que os anos de 2019 e 2020 foram anos difíceis; qual foi seu maior incentivo para continuar?

Na verdade, foram 2020 e 2021. Sim, anos bem desafiadores! Acho que meu maior incentivo, sem dúvida, foi minha rede de apoio. Família e amigos muito queridos, muito próximos, que estavam do meu lado e me “lembrando” dos meus sonhos, da minha potência… Às vezes a gente tem dificuldade de enxergar certas coisas sozinhos. E sem dúvida, a minha terapia era uma forma de me ouvir e entender o processo que estava passando.

Você morou em mais de 30 países, o que você trouxe nessa bagagem?

Sou extremamente grata a vida e a minha mãe, claro rs, que me permitiu viver essa experiência. Com certeza, tudo que eu aprendi viajando, contribuiu pra pessoa e profissional que sou hoje. Ver o mundo com meus próprios olhos, pessoas de tantas culturas, jeitos, valores tão diferentes… Mas ao mesmo tempo, somos todos humanos com sentimentos em comum: amor, alegria, tristeza, raiva…. Saudade é uma palavra que só existe em português, e com certeza, é um sentimento que senti bastante e me fez dar muito valor em ter por perto as pessoas
que amo.

Você pode apontar um divisor de águas? Agora com o sucesso de Stupid Wife, com a minissérie Todo dia a Mesma Noite na Netflix e em breve o lançamento do Longa a Porta ao Lado! O que você pode apontar de personagens tão diferentes, mas tão significativos? Tem algum peso?

Sem dúvida, Stupid Wife, é um divisor de águas na minha vida! Não só como atriz, mas como pessoa também. Tenho aprendido muito, todos os dias. E também veio uma responsabilidade enorme com tudo isso, afinal, estamos nos comunicando com muitas pessoas de várias faixas etárias… É uma troca muito mágica!!! Eu tinha um professor que dizia que nenhum personagem vem pra gente por acaso… Então, acho que tanto a Luiza quanto a Bia e a Suzana vieram pra mim, pois todas têm um pouco de Reis também. Me sinto muito, muito, honrada de fazer parte do elenco de “TDAMN” da Netflix. Me sinto realizada com meu propósito de atriz, que é fazer as pessoas terem consciência de histórias que precisam ser ouvidas. Foi, e é, um trabalho que mexeu muito comigo, e que me faz pensar na vida o tempo todo. Suzana, foi meu primeiro longa. Sonho realizado de me ver em uma tela de cinema. Espero que venham mais e mais! Já a Luiza tá marcada pra sempre na minha vida. Minha primeira protagonista, tenho crescido muito como atriz através dela, errando, aprendendo, experimentando. Ela é uma personagem intensa, mas que tem conflitos muito necessários de serem mostrados pro público. É um trabalho exaustivo dar vida a ela, mas me sinto muito feliz em ver as pessoas se identificando e se reconhecendo nela. Fora que foi por ela que hoje tenho a oportunidade de estar respondendo uma entrevista em um canal como o de vocês!

Tanto Reis quanto Buiar foram indicadas para o prêmio BreakTudo Awards e contam com mais de 100 mil seguidores dedicados e engajados com seus trabalhos, carinho ao qual elas retribuem com grande intensidade e gratidão em suas redes (Instagram: @priscilareis_ e Twitter:@aPriReis)

Para finalizar, Priscila Reis agradece pelo amor dos fãs e deixa um recado para a comunidade:

“Queria muito agradecer o espaço e a oportunidade dessa entrevista, pelo incentivo e divulgação do nosso trabalho 🙂 Espero que vocês, e o público, gostem de saber um pouco mais sobre a gente! Bjs, Pri Reis.”