Crítica | Vermelho Monet: a modificação da arte enquanto mercadoria e foco de desejos

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O longa-metragem mostra como as vidas de três pessoas tão diferentes se encontram em uma trama na qual o fazer artístico é o ponto principal

Por Vitória Vasconcelos

A arte e como ela se modifica em mercadoria é o ponto central do novo longa-metragem de Halder Gomes, “Vermelho Monet”. O filme, que contou com a presença de nomes de peso no cinema brasileiro, como Chico Diaz e Maria Fernanda Cândido, além de ser a obra de estreia como atriz de Samantha Müller, terá seu lançamento nacional nesta quinta-feira, 9.

O longa foca em três personagens. O principal da narrativa é Johannes Van Almeida (Chico Diaz), um pintor que não é reconhecido no mercado e que está, pouco a pouco, perdendo a sua visão e a capacidade de enxergar as cores.

Johannes, apesar da perda da capacidade de enxergar cores, se encontra encantado pelo tom vermelho dos cabelos de Florence / Foto: Reprodução: “Vermelho Monet” / Patrícia Andrade

Também acompanhamos a Antoinette Lefèvre (Maria Fernanda Cândido), uma marchand influente, capaz de transformar qualquer quadro em uma obra famosa. Além da atriz em ascensão Florence Lizz (Samantha Müller), por quem Almeida se encanta e tira inspiração para sua maior pintura.

A interação entre Antoinette e Florence é intensa desde a primeira vez que as duas trocam olhares, percebemos logo de cara que existe uma atração mútua entre as mulheres. Esse palpável desejo que paira entre elas, joga as duas em uma relação regada de paixão uma pela outra e pelos seus designados campos da arte: as pinturas e o cinema.

Desde o primeiro encontro entre Antoinette e Florence, que se nota uma atração poderosa entre as duas personagens / Foto: Reprodução: “Vermelho Monet” / Patrícia Andrade

A atriz Samantha Müller contou, em entrevista ao Lesbocine, que desde que leu o roteiro pela primeira vez e entendeu como seria a relação de sua personagem com a da Maria Fernanda Cândido, ela teve um acolhimento tanto da sua parceira de cena quanto de Halder Gomes. “Eu sabia que poderia dizer ‘não’ quando chegasse ao meu limite”, relata.

Samantha também falou que criou uma parceria com Maria Fernanda e que as duas se conectaram e aprenderam mais sobre a relação de Antoinette e Florence. “É muito divertido depois ver o resultado de tudo isso. Ver o processo dessa relação, porque você precisa ter uma conexão, pois se não houver se torna algo muito perceptível e você vê que não faz sentido aquilo”.

O filme encanta tanto pela história quanto pela dedicação e tempo disposto pela equipe em sua produção. É uma longa-metragem que insere os espectadores no mundo das pinturas e faz com que eles desejem aprender cada vez mais como a arte e o mundo conversam entre si tanto para os artistas quanto para os apreciadores.

Foto destaque: Reprodução: “Vermelho Monet” / Patrícia Andrade

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