Segundo dia de Cannes é marcado pelas mulheres em destaque e as obras LGBTQIAPN+

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O Festival homenageou a potência do cinema queer como forma de sobrevivência e a importância feminina nestas e em outras produções audiovisuais

Por Lesbocine

Com o público cada vez mais internacional e em ascensão, as atrizes Engfa Waraha e Rebecca “Becky” Patricia Armstrong mostram o poder das produções sáficas e tailandesas no segundo dia do Festival de Cannes. Acompanhadas por comitivas do Miss Grand International (MGI) e da Idol Factory (IDF), as mulheres foram destaque na noite do evento nesta quarta-feira, 14.

Como porta-vozes de suas produções, as atrizes tailandesas voltaram os olhares do mundo, mais um vez, em sua direção. Engfa, além de receber um honorário de “Women in Cinema” pela Red Sea Film, da Arábia Saudita, por sua contribuição na indústria do entretenimento, também esteve na promoção de seu novo filme “Lady Bee”.

Adaptado do clássico “Jan Dara”, de Utsana Phloengtham, o longa-metragem “Lady Bee” traz em seu papel principal a atriz, miss e cantora Engfa Waraha, que ganhou o prêmio de Melhor Atriz pelo 2025 Thailand Box Office Awards / Foto: Edição: Gabrielle

Já Becky participou de um jantar de gala para mulheres no cinema patrocinado pela L’oréal, marca em que é embaixadora, e da promoção de “Cranium”, onde interpretará a personagem principal ao lado de Freen Sarocha Chankimha. O Girls Love é o primeiro a ser levado para uma exibição no Festival de Cannes, marcando o momento como histórico para o estilo de produção audiovisual.

“Cranium”, o primeiro GL a ser exibido em Cannes, conta com o protagonismo das atrizes Freen Sarocha e Becky Armstrong nos papéis de Dra. Pinya e Dra. Bua / Foto: Divulgação: Idol Factory/Cranium

O segundo dia de Cannes também trouxe exibições de filmes e realização de palestras e workshops ministrados por diretores e roteiristas. Como foi o caso do diretor Todd Haynes, que esteve à frente da produção do longa-metragem sáfico “Carol”, e realizou uma palestra sobre cinema e a importância do cinema queer em como o espectador traduz e entende o que vê nas telas, além de um workshop sobre sua mais recente produção “Not the Same”.

“A verdade, em outras palavras, é o que vai surgir dentro do espectador e na sua tradução para um significado do que é visto [em tela], como a inversão que a retina faz do que se é lido no cérebro. Essa inversão é a chave, por isso, eu sempre achei que a forma como chamam de ‘invertidos’, que um dia foi um nome usado para se referir a pessoas gays e marginalizadas, é porque estão à frente do seu tempo na leitura da cultura contra ela mesma”, discursa Haynes.

Todd Haynes ao lado de Rooney Mara no set de “Carol”; o filme é considerado um clássico de grande importância no cinema sáfico / Foto: Wilson Webb

O diretor também finaliza falando que cinema é como se sobrevive. “É como sobrevivemos. E é como eu gosto de pensar na verdade do cinema como algo inerentemente queer”.

O Festival de Cinema de Cannes também é conhecido pelo seu networking e as oportunidades de tirar projetos audiovisuais do papel para as grandes telas de cinema. Na busca de estreitar as produções LBGTQIAPN+ que são realizadas e distribuídas em solo brasileiro, a produtora Alice Chiappetta, da BAHAEZ, fechou uma parceria com a produtora Film McQueen, responsável pela obra sáfica “Elena Undone”, para trazer filmes de temática LGBTQIAPN+ para o Brasil.

Foto em destaque: Darya Sannikova

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