“Depois do nosso primeiro beijo a gente nunca mais se largou”, disse Luiza Martins sobre o seu relacionamento com Marcela Mc Gowan

Entrevista Notícias

Para celebrar o Mês do Orgulho e também o Dia das Namoradas, o Lesbocine preparou uma série de entrevistas com casais que possuem belas histórias de amor para nos inspirar. O primeiro casal que iremos conhecer melhor é formado por Marcela Mc Gowan e sua namorada, a cantora Luiza Martins.

Marcela Mc Gowan e Luiza Martins cativam por sua conexão e talentos individuais. Além de ser médica especializada em ginecologia, obstetrícia e sexualidade, Marcela é CEO e fundadora da Magix, e também é uma voz ativa na luta pelos direitos das mulheres e pela liberdade sexual. Com sua autenticidade e sinceridade, ela conquistou uma legião de fãs que admiram sua postura empoderada. Já Luiza é uma talentosa cantora que encanta com sua voz e presença de palco. Juntas, Marcela e Luiza inspiram muitas pessoas ao redor do país com sua história de amor verdadeiro e apoio mútuo.

Como vocês se conheceram?

Luiza: Assim, eu conheci a Marcela no Big Brother né, igual o Brasil inteiro.  Mas nos conhecemos no nordeste, lá em, Japaratinga (?), do lado de Maragogi.

Marcela: Na verdade, a Gizelly acabou ficando muito amiga da Lu, porque a Gizelly cantava muito a música da Lu no Big Brother. Quando ela saiu, as duas acabaram ficando próximas e aí elas foram fazer uma viagem juntas pra comemorar o aniversário da Lu. A Gi e um outro amigo, que temos em comum, me convidaram e foi nessa viagem que a gente se conheceu.

Luiza: Exatamente.

Como foi o primeiro beijo?

Luiza: O primeiro beijo foi uma semana depois dessa viagem, porque nessa viagem não aconteceu nada. E aí eu voltei pra São Paulo. A gente se encontrou uma semana após a viagem e nosso primeiro beijo foi no rolê. Depois do nosso primeiro beijo a gente nunca mais se largou.

Marcela: Não, foi bem especial.

Luiza: É… (risos)

Marcela: Eu tava já bem afim dela, porque, na viagem não tinha rolado nada. Mas desde que eu voltei de viagem, eu tava já achando ela a coisa mais gata dessa vida e aí a gente se encontrou num rolê. De novo Gizelly me chamou pra sair e a Lu tava, a gente acabou ficando e nunca mais se desgrudou.

Luiza: Isso.

Quando vocês descobriram que estavam apaixonadas e como foi?

Luiza: Ahh eu acho que eu descobri logo, foi rápido assim. Foi muito rápido, no primeiro beijo a gente até fala sobre isso. No primeiro beijo eu sabia que alguma coisa aconteceria ali e eu já fiquei bem mexida. Me apaixonei nos primeiros dias, mesmo.

Marcela: É, eu sempre falo que eu terminei o primeiro beijo e já fiquei meio chocada, porque eu sabia ali que eu tava encrencada (risos). Que eu não ia sair dessa fácil não. E depois eu acho que na nossa primeira noite, que a gente dormiu, acordou juntas e tal, no dia seguinte eu já tava bem envolvida. Teve um periodozinho de negação, das duas (complementou Luiza rindo), mas a gente não conseguiu sustentar muito o personagem não.

Qual foi a aventura mais louca ou a história mais engraçada que vocês viveram juntas?

Marcela: A gente tem bastante história de loucura engraçada juntas, mas tem uma que nem é tão engraçada, mas que foi muito louca. Nós estávamos em um curso em Recife, acho que no primeiro ou segundo dia de curso, quando estávamos indo embora encontramos uma gatinha…

Luiza: A gente ouviu essa gatinha miando de longe e aí as gateiras já foram atrás pra ver o que tava acontecendo. Quando a gente chegou, a gatinha tava perto de parir, a barriga dela tava cheia de filhote. A gente gostou dessa gatinha, obviamente não conseguiu abandonar a gata, colocamos ela dentro do carro, levamos pro veterinário e acompanhamos o parto.

Marcela: Não, primeiro a gente acompanhou o ultrassom da gata.

Luiza: Sim!

Marcela: O médico falou que ia ter que ser cesárea, mas eu parteira que sou não me conformei, eu fiquei do lado da gata enquanto o médico se preparava pra cesárea e fui partejando a gata, falando: “Você vai conseguir, meu amor. Vai ficar tudo bem. Vamo lá, você vai conseguir”. A gatinha começou a fazer força e os bebês nasceram normal.

Luiza: Sim, a gente quase morreu de amor por causa dessa gata. Ainda conseguimos um lar para ela e os filhotes (risos).

Marcela: Acho que foi a história mais doida que a gente viveu.

Luiza: Foi.

Quem é mais ciumenta?

Luiza: Eu, essencialmente, assim, da alma. Mas é um tema que eu não gosto de ter em mim não, uma coisa que eu luto bastante pra mudar. Tenho conseguido. Não sou uma ciumenta conformada não, eu faço de tudo pra resolver isso dentro de mim.

Marcela: Mas eu acho que a gente tem fases, sabia? Eu acho que nenhuma das duas é “SUPER”. Assim, eu já tive meus momentos também, acho que na verdade a Lu fala que é ela, mas é porque ela verbaliza mais do que eu, no geral a gente é de boa.

O que vocês almejam para o futuro de vocês enquanto casal?

Luiza: Eu quero casar logo, quero fazer festa. Eu quero que a gente construa uma base sólida. Quero que a gente trabalhe muito pra conseguir se alinhar no máximo de coisas uma com a outra, manter sempre o contato, acho que pra mim é basicamente isso.

Marcela: Vou botar nenês aí né, um ou uns nenês.

Luiza: Ahh neném, meu Deus do céu, neném.

Marcela: Um neném em breve e mais uns gatinhos adotadinhos que a gente tem, umas cores que a gente ainda não tem.

Luiza: É verdade.

O que mais aprendem diariamente uma com a outra?

Luiza: Eu aprendo a não desistir do que eu quero. Marcela é uma pessoa que corre muito atrás do que ela quer e ela só sossega quando consegue realizar isso. Marcela também é muito generosa com as pessoas, ela é muito ponderada, muito justa, muito parceira, muito atenciosa comigo, então eu tô aprendendo muitas dessas coisas com ela e eu fico muito feliz por isso.

Marcela: Eu tenho uma coisa que aprendi muito com a Lu, que foi: “ser vulnerável perante uma pessoa não quer dizer que essa pessoa vai te machucar”, eu acho que é uma das coisas mais lindas. Ela nunca usa uma vulnerabilidade minha pra me ferir ou contra mim em algum momento, então eu aprendi a ser vulnerável, a falar sobre coisas que doem com ela, aprendo que relacionamentos saudáveis exigem conversas difíceis, exigem ajustes, processos. Aprendo muito com a Lu, ela é a pessoa mais simpática que eu já vi em toda a minha vida, então aprendo muito com ela, a dar atenção a quem a gente está dando atenção, tipo cumprimentar todo mundo, falar com todo mundo, olhar no olho de todo mundo. E a outra coisa que eu aprendo muito com ela e que eu sempre falo muito, é que a Lu é uma pessoa muito fiel a ela mesma, muito genuína, e ela me inspira muito a ser cada vez mais eu.

Vocês trabalham com internet e, esse é um mundo que encontramos muita gente boa, mas também muita gente ruim, como vocês lidam com os comentários negativos sobre a relação de vocês?

Marcela: Olha, pra ser bem sincera, eu procuro não ler, não entrar em contato. Na verdade, dentro da nossa bolha a gente recebe pouco comentário negativo, é mais quando sai alguma coisa nossa em lugares tipo, site de fofoca ou alguma coisa assim, mas eu acho que hoje eu me blindei muito, eu procuro nem ler, nem entrar muito nisso. Eu já sei que é muito mais sobre as pessoas do que sobre a gente, porque eu sei do nosso relacionamento, eu sei o que a gente passa pro mundo que é a nossa realidade, então sinceramente, assim, me dói mais num lugar de perceber o quanto o mundo é cruel com as pessoas em relação a sexualidade delas, do que num âmbito muito pessoal.

Luiza: É, é mais ou menos isso mesmo, os nossos perfis são a graça de Deus, o que chega de ruim é muito pouco. Então, quando eu via às vezes algum post em perfil de terceiros, a gente já procura não olhar pra não ter surpresa, mas nos nossos graças a Deus não tem muita coisa não.

De que forma vocês enxergam o impacto da sua relação para o público que acompanha o seu trabalho?

Luiza: Então, eu não entendia muito sobre isso né, mas quando eu e a Marcela nos tornamos um casal público, as pessoas começaram a falar bastante comigo, tanto comigo quanto com ela, sobre… tipo “Ah muito obrigada por vocês serem representatividade pra gente”. Então eu passei a entender muita coisa depois do nosso relacionamento e hoje, diariamente eu escuto isso, principalmente nos shows, as pessoas vem e agradecem, acho que por a gente ter essa notoriedade. Ser duas pessoas públicas, eu acho que a gente consegue naturalizar isso na cabeça de muitas pessoas que ainda não naturalizam né. Então, eu acho que é como se a gente reforçasse a ideia de que está tudo bem a gente ser quem a gente é e eu vejo assim. Hoje eu sei que a gente tem uma responsabilidade, num bom sentido né, então é assim que eu vejo.

Marcela: Eu acho que além disso, a gente também sempre tem um cuidado muito grande de não só romantizar a parada, de falar mais honestamente com as pessoas de como é se relacionar. Porque um medo que eu tenho na internet é essa idealização desse mundo onde tudo é incrível, sim a gente tem um relacionamento muito incrível, mas como qualquer ser humano a gente tem momentos e momentos, eu acho super importante falar disso com as pessoas.

Que conselho vocês dariam para quem está em busca do seu final feliz?

Marcela: Acho que pra gente que já tá num relacionamento, talvez foi o maior aprendizado pra mim. Se conhecer é muito importante, porque a gente leva bagagens de outras relações que a gente deposita nas pessoas que a gente está e que atrapalha muito se relacionar de maneira saudável. Então, acho que se conhecer é muito importante pra estar aberta para pessoas que vão realmente te fazer bem, te agregar, entender que é aquilo que eu falei antes né, dentro de um relacionamento, por mais incrível que ele possa ser, as coisas precisam sempre de conversa, de ajuste, de parceria e eu acho que o principal ingrediente que precisa ter é essa disponibilidade de fazer dar certo.

Luiza: Eu não acredito em final feliz, eu acredito em agora feliz e melhorias. Para que isso aconteça eu e a Marcela, a gente se propõe muito né, a resolver as coisas. A gente conversa incansavelmente até que uma coisa seja resolvida e eu acho que isso sempre ajudou muito a gente. Eu acho que diálogo resolve tudo no mundo e sinceramente eu acho que diálogo é você se propor a resolver as coisas também, entender que é o casal contra o problema né, e não um contra o outro. Eu acho que é você se unir a pessoa pra poder achar uma resolução para o que não dá certo e aproveitar ao máximo os momentos felizes.

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