Paris 2024 conta com um número de, pelo menos, 38 pessoas que se identificam como LGBTQIAPN+. Dentre esses nomes, há 7 brasileiras
Por Danielly Oliveira
Desde os Jogos Paralímpicos de 2016 (Rio) e 2020 (Tóquio), o número de atletas LGBTQIAPN+ vem aumentando. Paris, por sua vez, conta com 38 atletas que abertamente falam sobre suas identidades, conforme a consultoria OutSports.
Entre eles, sete brasileiras se destacam como parte dessa representatividade para a comunidade sáfica: Edênia Garcia, Mari Gesteira e Patricia Pereira dos Santos na natação; Débora Menezes no taekwondo; Jardênia Felix e Suzana Nahirnei no atletismo; e Alana Maldonado no judô.
A Constante Luta Contra o Preconceito
Atletas paralímpicos enfrentam diariamente vários tipos de preconceito. O amor entre mulheres também é alvo de questionamentos que tentam invalidar suas identidades e até mesmo sua existência.
A atleta Débora Menezes, importante nome do esporte brasileiro, relatou sobre esse problema que assola muitas pessoas ao redor do mundo. Em uma entrevista ao Clube do Jornalismo, Débora afirmou: “A partir do momento em que se assume uma posição em que se quer defender uma bandeira e você tem uma deficiência, são várias coisas que as pessoas vão falar. ‘Além de deficiente, inválida, gosta de mulher!’”
Apesar do duplo estigma, Débora apresenta uma perspectiva mais madura sobre a situação: “Estamos falando de amor, afeto e carinho […]. Hoje eu consigo lidar melhor e sou muito feliz com tudo o que conquistei, com o que já passei. Acho que isso me fez crescer muito e me deu a maturidade que tenho hoje”, concluiu.
A atleta Edênia Garcia também falou sobre o assunto ao site Historica, reafirmando seu papel social e enquanto atleta: “Como alguém que é LGBTQIA+ e vive com uma deficiência, eu sou muito mais que um símbolo de superação. Meu desejo é que as pessoas me vejam como uma mulher perseguindo seus objetivos, metas e sonhos, onde a deficiência é apenas parte de quem eu sou, não a totalidade da minha identidade”.
Representatividade nos Jogos Paralímpicos
As atletas continuam demonstrando afeto por suas companheiras, tanto nas redes sociais quanto durante as competições. Elas são exemplos de resistência e luta pelo direito inegável de amar e ser amada. Aqui estão alguns casos para aquecer os corações:
A brasileira Alana Maldonado é casada com a também atleta Wedja Maldonado. Juntas, elas compartilham e espalham o amor pelas redes sociais, vivendo um companheirismo que vai além do tatame e das artes marciais.
Em uma verdadeira fanfic, a triatleta mexicana Brenda Osnaya ultrapassou a linha de chegada e aproveitou o momento para pedir sua namorada (agora noiva) em casamento. O caso teve grande repercussão, visto que Jessie González, além de namorada, também é treinadora de Brenda.
Edênia Garcia, um nome importante para o esporte brasileiro, é a primeira atleta da América Latina a se tornar embaixadora da Pride House France 2024.
Campeã paralímpica em 2024, a atleta Nikki Ayers também continua remando fora das águas. A australiana é embaixadora do AIS (Australian Institute of Sport), que oferece apoio aos atletas LGBTQIAPN+.
Foto em destaque: Arquivo Pessoal