Para celebrar os 25 anos da Era de Ouro da Televisão, o IndieWire compilou uma lista definitiva das séries de TV que mais descrevem e celebram a existência da comunidade LGBTQ+. Os jornalistas responsáveis admitem que uma série ou outra pode ter passado batida, mas que as que fazem parte da lista são as que mais se destacam pela consistência, qualidade e impacto na cultura queer.
E, entre as 10 eleitas como essenciais, que tal falar das que trouxeram personagens e personalidades sáficas para nossas vidas?
The L Word (2004-2009)
O que é: um drama sensual sobre um grupo de mulheres lésbicas vivendo em Hollywood nos anos 2000 – mas isso você já sabia, né? A criadora Ilene Chaiken se transformou instantaneamente em ícone lésbico quando a série debutou lá em 2004 e fez tanto sucesso quanto outros dramas da mesma época. Mudou a trajetória das nossas vidas, sim!
Porque é essencial: pelos gay panics causados pela inconfundível Shane McCutcheon (Kat Moennig), óbvio. Mas também pelo grupo de personagens principais que conquistou o coração do público! Mesmo tendo alguns problemas aqui e ali, é inegável que The L Word entregou roteiros consistentes, muito humor e histórias únicas. Além de ser a primeira série com foco em personagens lésbicas, também é uma série inteiramente sobre mulheres, e com mulheres pretas em papéis principais; um feito que, até nos dias de hoje, não foi alcançado por tantas outras produções.
Veneno (2020)
O que é: uma série biográfica sobre Cristina Ortiz Rodríguez, ou La Veneno, uma mulher trans espanhola que se tornou uma celebridade no seu país. A série alterna entre o arco da carreira de Veneno nos anos 90 e o arco de Valeria Vegas (Lola Rodríguez), a jornalista que escreveu a biografia na qual a série é baseada.
Porque é essencial: fez muito sucesso na Espanha e deveria ter feito mais sucesso em outros países, afinal é uma história emocionante sobre identidade, auto-conhecimento e o preço e as recompensas de se tornar um ícone midiático. É uma série cheia de boas performances, das diferentes pessoas que interpretam La Veneno, e é uma grande homenagem com momentos de dor, mas de felicidade também.
Steven Universo (2013-2019)
O que é: uma série em desenho animado criada por Rebecca Sugar, que conta a história do personagem titular ao se juntar com as Crystal Gems (uma raça de alienígenas majoritariamente LGBTQ+) para proteger o mundo de seus semelhantes.
Porque é essencial: desenhos animados e séries infantis estão cada vez mais apresentando personagens queer, e a causa mais provável para isso é a existência de Steven Universo. Pode ser graças à personagem Garnet, que é uma fusão entre duas Gems mulheres que se amam. Ou pode ser pelo relacionamento confuso e trágico entre Pearl e a mãe de Steven, Rose Quartz. Ou, ainda, pela representatividade não-binária resultante da fusão entre Steven e sua melhor amiga, Connie. Seja como for, é inegável que esse desenho animado provou que pessoas de qualquer idade merecem ter contato com histórias LGBTQ+.
Queer As Folk (US) (2000-2005)
O que é: a versão norte-americana da série britânica criada por Russell Davies. É bem mais dramática do que a produção original, mas também é mais sensual, durou mais tempo e tem mais representatividade feminina. A série acompanha 5 amigos e suas experiências na cidade de Pittsburgh e, para resumir, era basicamente super gay o tempo todo.
Porque é essencial: foi a primeira produção norte-americana inteiramente LGBTQ+, e marcou a geração queer da época por oferecer um refúgio da sociedade heteronormativa. As mães dos personagens eram as mais compreensivas do mundo, e interpretadas por atrizes icônicas como Sharon Gless. E as personagens lésbicas não morrem – aliás, elas se casam e têm filhos, num final digno de novela.
Angels in America (2003)
O que é: essa minissérie é uma adaptação da peça homônima de 1991, que ganhou um Pulitzer Prize e um Tony. No começo, os espectadores estavam com medo da produção não ficar fiel ao sucesso da Broadway, mas ela não só ficou, como traduziu todos os temas importantíssimos de forma brilhante para a tela!
Porque é essencial: Com um elenco de milhões em performances de milhões, essa série é provavelmente a obra mais significativa sobre a crise da AIDS. Entre danças de tirar o fôlego que contam a história de personagens vivendo com HIV, a caracterização de Meryl Streep em seu papel icônico e toda a simbologia religiosa, Angels in America com certeza entra para o hall da fama da cultura queer.
Esse post foi adaptado da matéria “The Most Essential LGBTQ TV Shows of the 21st Century”, publicada pela IndieWire em 22 de maio de 2023. Para saber, clique aqui!