16 anos de Glee: Como uma série musical dos anos 2000 revolucionou o cenário LGBT+ e impulsionou o amor entre mulheres nas telas

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Mais do que uma simples série musical adolescente, Glee foi um marco. E, o grande motivo é algo simples, mas extremamente importante: representatividade

Por Rayanne Tovar

Lançada em 19 de maio de 2009, a série criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Brennan se tornou um fenômeno cultural. Unindo música, humor ácido, drama adolescente e questões sociais, Glee encantou o mundo e fez algo ainda mais importante: nos enxergou.

Em uma época onde personagens LGBTQIAPN+ eram escassos, Glee ousou ser diferente. Trouxe para o centro da narrativa pessoas queer com histórias reais, complexas, de descobertas e resistência. E entre todas essas histórias, uma brilhou intensamente no coração de milhares de garotas ao redor do mundo: o amor entre Santana Lopez e Brittany S. Pierce.

Santana não foi só uma personagem lésbica. Ela era uma mulher latina que amava outras mulheres com orgulho. Vivida por Naya Rivera, atriz que lutou incansavelmente para que Santana não fosse apenas coadjuvante, mas uma jovem com jornada, profundidade e voz. Uma voz que dizia em alto e bom som aquilo que tantas de nós ainda tinham medo de admitir até para si mesmas.

Brittana traz representatividade para jovens sáficas até hoje, 16 anos depois / Foto: Reprodução: Glee

Ao lado de Brittany, personagem doce, engraçada e bissexual, Santana viveu uma história de amor que começou como amizade e floresceu em algo muito maior. Em uma época em que casais lésbicos eram apagados ou fetichizados, Glee nos deu Brittana: um casal visível, com afeto, conflitos, beijos, casamento e final feliz.

Essas duas personagens ajudaram uma geração de meninas a se entenderem, se aceitarem e se orgulharem de quem são. Digo isso por experiência própria, aqui escrevo esse texto para vocês contando da importância dessa série para uma geração e principalmente, para mim.

Mas o impacto de Glee vai além. Foi uma das primeiras séries em horário nobre nos Estados Unidos a dizer a palavra “lésbica” com respeito e naturalidade. Foi um espaço onde jovens gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans puderam se ver pela primeira vez. Kurt Hummel, Blaine Anderson, Unique Adams, e tantos outros personagens mostraram que existimos e que merecemos ser protagonistas das nossas próprias histórias.

O casamento Brittana foi um dos momentos mais aguardados daqueles que assistiam a série / Foto: Reprodução: Glee

Ao longo de suas seis temporadas, Glee ganhou 6 prêmios Emmy, 4 Golden Globes e foi indicada ao Grammy, mas sua maior conquista foi mostrar a tantas pessoas que não estavam sozinhas e que existia espaço para elas no mundo. Nesta segunda-feira, 16 anos depois de sua estreia, Glee ainda vive em nós. Nos nossos fones de ouvido, nas playlists de covers inesquecíveis, nas fanfics, nas lembranças e sobretudo, no legado de coragem que deixou para a comunidade LGBTQIAPN+, especialmente para nós, mulheres lésbicas e sáficas, que nos vimos pela primeira vez amando livremente na tela.

E por tudo isso, Glee, obrigada. Obrigada, Santana e Brittany, Obrigada Naya e Heather. Obrigada por nos ensinar que ser quem somos nunca será um erro, sempre será um ato de amor e orgulho.

Foto em destaque: Reprodução: Glee

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