Copa América Feminina escancara problemas de estrutura e jogadoras cobram organização

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A estreia do Brasil na Copa América foi marcada por problemas estruturais e básicos; e Marta desabafa: “Cobram desempenho das atletas e um alto nível de trabalho, mas também temos que cobrar um alto nível de organização”

por Dani Oliveira

O início da Copa América Feminina escancarou novos desafios que, na verdade, são os mesmos velhos problemas da modalidade. A maior competição de seleções da América do Sul, sob o comando da Conmebol, apresenta falhas estruturais e básicas que evidenciam o descaso com o futebol feminino. Os resultados são cobrados, exigidos, mas ainda falta o mínimo de respeito pelas mulheres que exercem suas profissões.

Na última partida entre Brasil e Bolívia, ambas as equipes tiveram que dividir o mesmo espaço antes do jogo, causando desconforto entre as jogadoras. Além disso, a sala destinada à seleção brasileira era ainda menor que a da seleção boliviana. Ary Borges, em entrevista ao SporTV, relatou o tamanho do espaço de aquecimento e mencionou o forte cheiro de tinta no local.

Seleção Brasileira x Boliviana / Foto: Reprodução: Instagram

Outro ponto problemático foi a proibição do aquecimento em campo, sob a justificativa de que haveria outras duas partidas no mesmo dia. O espaço alternativo de aquecimento era suficiente apenas para as titulares, deixando as reservas em desvantagem.

Todos esses fatores prejudicam o desempenho das atletas durante a partida. Pior: podem até causar lesões ou comprometer a preparação física e mental, que são fundamentais antes de entrar em campo.

Eurocopa bombando, Copa América sonhando…

As jogadoras não carregam apenas seus nomes nas camisas, elas trazem histórias, vivências e sonhos que precisam ser respeitados. Marta, eleita seis vezes a melhor do mundo. Brasil, oito vezes campeão da Copa América. Dudinha, Luany, Gio, Isa, Lorena, Kerolin e tantas outras que sonham em vencer competições vestindo a camisa da seleção.

Já na Eurocopa Feminina, as seleções jogam ao lado das torcidas, da tecnologia e do desenvolvimento da modalidade. Só na primeira fase, mais de 400 mil torcedores estiveram nos estádios, acompanhando as 24 partidas.

A partida entre a França e a Holanda registrou 34.133 torcedores / Foto: Reprodução: Instagram

A competição europeia também conta com premiação em dinheiro, com 30% a 40% do valor recebido destinado às atletas. A tecnologia está em todas as fases: VAR, sistema semi-automático de fora-de-jogo (SAOT), e a Connected Ball, que envia dados em tempo real para os árbitros de vídeo.

Tudo isso impacta dentro e fora de campo, além de aproximar o público da modalidade. Enquanto isso, a Conmebol continua falhando com o futebol feminino.

O que foi feito até agora?

Após as reclamações e desabafos das jogadoras, a Conmebol determinou mudanças para os próximos jogos. O aquecimento em campo será liberado por 15 minutos antes da partida, junto com as goleiras, que já tinham essa permissão.

Na rede social X (antigo Twitter), Kerolin, atacante da Seleção, desabafou sobre o ocorrido / Foto: Reprodução: X/@kerolinnicolii

Vale lembrar: a próxima Copa do Mundo Feminina será realizada no Brasil, o primeiro país da América do Sul que irá receber a competição. Em 2025, o futebol feminino ainda não é só sobre futebol. O básico precisa ser garantido para que os resultados cheguem e para que todas as seleções sul-americanas continuem a sonhar.

 Foto em destaque: Reprodução: Instagram

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