Com o hábito de escrever desde adolescente, Evelin Sousa viu suas histórias deixarem de serem fanfics no Wattpad para produções audiovisuais e recentemente um livro
Por Ingrid Zelinschi e Vitória Vasconcelos
Detentora do hábito de escrita desde os 15 anos de idade e um desejo de criar histórias que as pessoas pudessem se identificar com o enredo, Evelin Sousa é a escritora de “Xeque-Mate”. A obra, que originalmente foi lançada como uma fanfic do grupo musical Fifth Harmony no Wattpad e passou por uma adaptação audiovisual realizada pela produtora Ponto Ação, teve a pré-venda em formato de livro iniciada neste sábado, 16.
Além de ser escritora de uma das fics nacionais mais lidas do shipp Camren (Camila Cabello e Lauren Jauregui), Evelin também é a mente por trás de outras obras do mesmo casal, como “The Stripper”, que também foi adaptada como websérie pela Ponto Ação, “Fallen Angel” e “No Way”.
Tendo sempre cuidado e carinho na sua escrita e com seus leitores, Evelin acredita que ser escritora é um dos pontos principais de sua vida e que sempre levará isso com muito orgulho onde for.
Assim, o Lesbocine convidou Evelin Sousa para uma entrevista sobre sua obra “Xeque-Mate” e sobre o seu “eu escritora”.
Lesbocine: Como escritora, deve ter sido um sonho saber que sua obra iria ser adaptada para série. Qual foi sua reação ao receber essa notícia e como aconteceu o convite?
Evelin Sousa: Foi um convite maravilhoso! Minha relação com a Ponto Ação começou há alguns anos com The Stripper. Onde as meninas me fizeram o primeiro convite para adaptação de uma das minhas histórias para o áudio visual. E com o sucesso e bom relacionamento que tivemos, anos depois recebi outro convite através da Natalie Smith e Priscilla Pugliese com o desejo de adaptar Xeque-Mate. Eu não pensei duas vezes, disse sim no primeiro instante! Desde o início da produção dessa história, eu sempre tive esperanças de que ela chegasse a lugares inimagináveis e ver isso acontecer agora tem sido único. Estou muito feliz, orgulhosa e satisfeita com o trabalho e cuidado da produtora com a minha obra! Eu diria “sim” mil vezes!
L: Você teve alguma inspiração ao criar “Xeque-Mate”? Se sim, qual?
ES: Sim! Minha principal inspiração foi o desejo de trazer uma personagem única. Eu queria ver uma figura feminina forte e empoderada, passando longe das mocinhas ingênuas que estávamos acostumadas a ver naquela época. Eu sempre amei filmes e séries com mulheres na linha de frente, dominando o espaço e mostrando tudo que são capazes de fazer. E reunindo diversos personagens que marcaram minha vida e com a ajuda de algumas amigas para me encontrar, Maya Collins e Eloise Green foram criadas. E posso dizer que foi uma das minhas melhores criações!
L: Xeque-Mate foi criada em 2017 e a série lançada em 2024, ou seja, públicos com uma certa diferença de idade. Você sente alguma diferença de quem está lendo/assistindo sua história agora, para quem leu há 7 anos atrás?
ES: Sim, acredito que passamos por constantes mudanças! E isso influência diretamente em como as pessoas enxergam o enredo da história e, por isso, na versão atual, ela passa por algumas modificações para se encaixar melhor na realidade de 2024. Mas eu sinto que a maneira como os telespectadores/leitores são envolvidos pelo mistério e o romance entre as protagonistas continua a mesma. É quase como a sensação de voltar no tempo e assistir às mesmas reações de oito anos atrás. Todos apreensivos para descobrir quem está por trás de tudo e como a história vai se desenrolar para os personagens.
Honestamente, fico feliz de que a essência de Xeque Mate não tenha se perdido com o tempo e nem mesmo com as adaptações feitas. Acho que podemos esperar os mesmos sentimentos daqueles que leram há anos.
L: Você participou da escolha do elenco para “Xeque-Mate”? Como foi esse processo?
ES: Fui chamada pela Ponto Ação para participar da escolha do elenco principal, mas por conta da agenda de trabalho, só pude comparecer ao teste para a personagem da Maya Collins, que hoje é interpretada pela Natália Rosa. Foi feita uma seleção com várias atrizes, onde todas elas receberam um monólogo sobre a vida da Maya. Lembro de assistir à primeira candidata ao papel e pensar que ela estava longe do que eu havia imaginado quando montei a personagem, tanto de aparência física como de personalidade e postura. Fiquei apreensiva de não encontrar aquela que poderia extrair o máximo da minha personagem favorita. Foi quando a Natália Rosa apareceu e, naquele momento, algo me dizia que seria ela, mesmo sem o teste ter começado. E quando o teste começou e ela pronunciou as primeiras palavras como Maya Collins, não me restavam dúvidas! Maya havia nascido para Natália Rosa.
E isso aconteceu com a personagem da Giovanna Torres também. Não pude acompanhar o teste da Sofia Starling, mas pude vê-la em cena antes da série começar e tinha certeza de que ela era a atriz perfeita para o papel. Assisti ao teste de outra candidata para a mesma personagem, mas ela não entregou a verdade de que a Agente Torres precisava. Esse mérito foi todo da Sofia.
O elenco todo conseguiu capturar a essência de cada personagem de uma maneira impressionante, mesmo sem ter lido a fanfic. Assisti-lo na websérie é como ver as minhas ideias fora da mente!
L: Gostaríamos de saber como tem sido ver sua história saindo do Wattpad e virando livro físico e websérie?
ES: É um sentimento único! Quando comecei a escrever “Xeque-Mate”, sempre carreguei a esperança de que essa história pudesse chegar a lugares como este. Eu realmente acreditava no potencial do enredo, mas sabia que para histórias sáficas tudo sempre era mais difícil (e ainda é), mas hoje, observando tudo que está acontecendo ao meu redor, percebo que nem de longe imaginava como isso me faria feliz. Eu posso dizer, sem sombras de dúvidas, que estou realizada com esse projeto, mesmo estando no início! Estou cercada de pessoas que acreditam em “Xeque-Mate” tanto quanto eu e sei que essa história tem muito potencial para se tornar cada dia maior.
L: A pré-venda começou e já queríamos te parabenizar dizendo que a capa é a coisa mais linda do mundo e os brindes são incríveis! Você teve participação no processo de criação da capa? Como surgiu a ideia?
ES: Muito obrigada! Fico muito feliz que tenham gostado, foi tudo pensado com muito carinho.
O processo de criação da capa acontece diretamente com a editora Euphoria. O nosso papel como autor é passar uma visão de como gostaríamos de ver a capa do nosso livro. Enumerar detalhes como: objetos marcantes na história, cores predominantes e um breve esboço de como sempre sonhamos. Todas as informações são colhidas e a editora, em parceria com um ilustrador, faz toda a magia acontecer. Queríamos uma capa forte e luxuosa, mostrando todo o poder que a história carrega, e a ilustradora Ana Flávia Araújo conseguiu extrair toda essa essência de “Xeque-Mate” com perfeição!
L: Qual foi o maior desafio durante o processo de publicação do livro?
ES: O primeiro desafio foi acreditar em mim mesma. Imaginar uma história minha como um livro sempre foi um sonho, mas colocar em prática exigiu de mim muita força e determinação para não desistir. Foram anos de tentativas constantes até chegar ao ponto final da história que hoje está sendo publicada pela editora Euphoria.
Adaptar uma fanfic para o formato de livro é um processo muito trabalhoso e complexo, algo que poucas pessoas percebem. No livro, há uma série de cuidados que não costumam ser necessários em fanfics. Escrever para um livro exige um olhar mais crítico sobre a narrativa, a estrutura dos capítulos e o desenvolvimento dos personagens. Os leitores de livros esperam uma construção mais coesa e cuidadosa, com arcos bem fechados e uma atenção maior aos detalhes. Diferente das fanfics, onde a interação com os leitores permite ajustes rápidos e mudanças de rumo. Foi um desafio equilibrar a essência original da fanfic com as mudanças possíveis para dar mais profundidade à trama.
L: Falando em escrita, quando você percebeu que queria ser escritora?
ES: Acredito que esse desejo sempre esteve presente em mim. Comecei a escrever aos 15 anos e logo percebi o quanto isso me deixava feliz. Compartilhar minhas histórias com outras pessoas e perceber como elas se sentiam conectadas me fez ter certeza de que estava no caminho certo. E por isso, nunca mais parei. Ser autora é uma parte essencial de quem eu sou, algo que quero levar comigo para o resto da vida.
L: Para finalizar, quais são suas expectativas para o lançamento do livro “Xeque-Mate”?
ES: Meu único desejo é que “Xeque-Mate” continue alcançando cada vez mais pessoas ao redor do mundo. Espero que os leitores se conectem verdadeiramente com o enredo e os personagens, assim como aconteceu comigo durante todo o processo de escrita. Quero que cada leitor embarque nessa história cheia de reviravoltas e sentimentos. Também estou ansiosa para ver as reações, as descobertas e como o livro será recebido por quem me acompanha há anos e por novos leitores que ainda não conhecem minha escrita. Mais do que qualquer coisa, espero que “Xeque-Mate” seja uma experiência única para todos que desejam entrar nesse jogo.
Imagem em destaque: Reprodução: Instagram/@evelinsousx