As jovens quenianas Kena e Ziki são grandes amigas e, embora suas famílias sejam rivais políticas, as duas continuaram juntas ao longo dos anos, apoiando uma a outra na batalha pela conquista de seus sonhos. A relação de amizade transforma-se em um romance que passa a afetar a rotina da comunidade conservadora em que vivem. Elas então precisam escolher entre viver este amor intensamente, desafiando as leis do Quênia, ou se distanciar para ter uma vida segura.
O filme que foi banido do seu próprio país. homossexualidade é considerada crime na Quenia.
E sim, no mundo a homossexualidade ainda é crime em 70 países, onde pelo menos em 10 países, pode ser punida com morte. Tantos avanços no século XXI ainda não são o suficiente para combater o retrocesso e a homofobia.
Dirigido por uma mulher africana e banido em seu país, esse fez história no mundo. Rafiki foi o primeiro longa Queniano a ser exibido no Festival de Cannes em 2018. O filme nos atrai visualmente, mostrando uma boa visão cinematográfica da diretora, abordando o ponto de vista de Kena (Samantha Mutgatsia) que é apaixonada por Ziki (Sheila Munyiva).
É um aparentemente drama-trágico conhecido por filmes dessa temática: duas garotas se apaixonam, vivem um amor proibido, algo da ruim, tudo parece não ter esperança. Com roteiro previsível e amador, Rafiki é um pouco confuso, tem suas boas intenções, mas se perde ao nao dar um rumo na história, não sabemos o que Wanuri Kahiu quer nos mostrar, se quer abordar as dificuldades da sua protagonista, falar do amor proibido, ou se quer abordar a política opressora, ou a sociedade homofóbica, tantos elementos inseridos o deixa arrastado.
Apesar de tudo, Rafiki tem sua força e representatividade, é um grito de pedido de liberdade feminina. É delicado com suas protagonistas em cena juntas, mostrando em gestos, detalhes e olhares o amor em uma realidade tão cruel. Rafiki tem seu lugar de merecimento não só na minha lista, e sim principalmente por ser o pioneiro em sua realidade.