O filme conta o drama da adolescente Alike. Enquanto amadurece, ela tem que decidir se deve expressar sua sexualidade abertamente ou viver de acordo com os planos que seus pais têm para ela.
Pariah, substantivo masculino e feminino; Quem está à margem da sociedade; Excluído do convívio social. É isso que está escrito no pôster do aclamado pela crítica especializada, Pariah. O filme escrito e dirigido pela cineasta Dee Rees, narra o pontapé inicial da trajetória do processo de autoconhecimento de Alike, ou Lee, interpretada por Adepero Oduye.
Lee é uma jovem de 17 anos, negra e lésbica. Neste filme, as questões raciais são colocadas um pouco de lado dando espaço a outra abordagem, a identidade e expressão de gênero. No Brooklyn, Lee mora com sua família de classe média, tradicionalmente evangélica, sendo sua mãe enfermeira e pai detetive policial, e sua irmã pré adolescente.
Lee não tem tantos amigos, somente sua melhor amiga Laura (Pernell Walker), no qual através dela, Lee está à procura do seu lugar, ao que e no que pertence, ao mesmo tempo que lida com a pressão da mãe conservadora que tenta impor a Lee desejos que são de sua vontade, sem entender o que sua filha realmente quer e precisa. Tanta pressão faz de Lee acumular uma série de confusões e angústias mostradas de forma tocante pela performance conquistadora de Adepero.
Inclusive, a pressão, a confusão e a angústia somadas juntas chegam em um pico para Lee, a qual ela se vê em um meio de explosão e revelação. A montagem do filme, no entanto, não convence, com alguns erros de edição. O roteiro não tem falas prontas e guia o longa abordando com sensibilidade as questões aqui colocadas, desde a busca da identidade de Lee, a homofobia, até ter que escolher entre assumir sua sexualidade ou ser rejeitada por sua família.
É um filme sincero que demonstra o seu potencial. Por fim, deixo um trecho de uma passagem poética da protagonista: “…E eu não estou fugindo. Estou escolhendo. Fugir não é uma escolha para a ferida. Ferir-se é resgate. Ferir-se é liberdade. Eu não estou ferida. Estou livre.”